terça-feira, 30 de agosto de 2016

do abandono


aveiro, canal cenrtal | portugal


sou o velho cliente sem amarras, sem promessas. 
chego devagar, como quem se dissipa na paisagem. 
sinto os lugares-comuns do velho cais, que emalha 
histórias com formigas nas palavras, cuja validade 
só é garantida no seu interior e ganham vida, e a vida, 
na erosão do tempo para se desfazerem nos dedos 
da imaginação. digo, ficamos na intenção do silêncio, 
o encontro com o indispensável suficiente, no caminho 
abstracto das raízes. um antigo mapa que se apeia 
no íntimo da hesitação até que a luz tolde o olhar. 


 [elipse]


2 comentários:

  1. E por muito dura que seja a erosão do tempo... será sempre nas nossas raízes, que teremos de nos apegar...
    Mais um post fantástico... feito de pura inspiração...
    Bjs
    Ana

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  2. Voltar abandonando ao mesmo tempo... Que poema lindo feito de sons que não se ouvem...

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