quarta-feira, 9 de março de 2016

da escrita à leitura


portalegre | portugal


começamos a sonhar quando inicia o poema.
arrojamo-nos a determinar as suas superfícies, 
os olhos acariciam as palavras, os sentimentos 
e os sentidos esvoaçam por um novo desenlace. 
surgem caminhos e evidências de luz nos versos 
que dão vida às músicas de uma viagem iniciada; 
a velha arquitectura vacila nas ondas trepidantes 
das sílabas que germinam nos sinais fascinantes. 
deslizam imagens imaginárias na sua atmosfera, 
no turbilhão do seu fogo virtual, por vezes solar, 
ou na mansidão assombrosa das suas sombras, 
por vezes lunares, e, por vezes, ele, o poema, 
serve-nos, sem nunca ser verdadeiramente 
nosso. 


 [palavras relacionadas]


2 comentários:

  1. o poema é, e será sempre do Poeta, mas, a partir da altura em que ele é publicado, será também de todos os leitores.
    belo o poema!
    beijo
    :)

    ResponderEliminar
  2. E é ele o poema... o instrumento... através do qual os seus autores, partilham o que de mais profundo descobrem do mundo... e de si mesmos...
    E descreveste-o em forma... e função... de uma forma extraordinária!...
    Mais um belíssimo trabalho, Henrique! E com uma acertada escolha de imagem... sente-se o poema... a apontar-nos o mundo!... E no fundo... a dar-nos o mundo...
    Beijos
    Ana

    ResponderEliminar

Obrigado, pelo seu comentário!