terça-feira, 11 de março de 2014

sinal de partida




gosto das palavras que me servem de manto
eu que já fui o vento e o encanto
e que das palavras que me vem soprar também gosto
assim como das palavras onde me encosto
eu que já fui o rio e a margem
já fui a ponte o viajante e a viagem
hoje sou o odor que se segura
na área salobra das águas
hoje sou a dor que se mistura
na área incolor das fráguas
eu que já fui e que voltar a ser poderei
já não vivo entre as margens
mas ainda me alimento de aragens
eu que já fui e não voltei




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