quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Creio entender...






Creio entender, sem mais demora ou prazo,
Sonhos há que são anseios, apenas e só…
E sonhos que projectos são, sem devaneios de dominó,
Na existência que se apraza ou em firme acaso…

E sonho eu, simplesmente e desgarrado, em atraso,
A queda que é minha em sequência, de peça em pó…
Um compasso há que se divide e se afirma na mó,
E um perdido dó em nota de realejo raso…

Mar, meu mar, minha imensidão, meu horizonte, meu vazio…
Onde os valentes e crescidos retesam medos,
Onde saudades deposito e que restam de alheios enredos…

Que me repito reconheço e falham-me os dedos…
Afoga-me a urgência na marcante torrente deste meu rio,
Onde afluo num prolongado monólogo e em cicio…


  

3 comentários:

  1. [Ai, o Natal... Desculpa o desabafo...]
    Gosto muito destes teus poemas mais densos, intrincados, e do jogo de palavras que contêm ... E do teu cicio! :)
    Há, no meu entender, na realidade, esses dois tipos de sonhos... De resto: Gosto, gosto, gosto!
    Bjks

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  2. Sonhos e sonhos... Uma realidade que ora nos leva para uns, ora para outros. Um soneto muito belo. Abraço.

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