segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Só para dizer [XVIII]:


     As cabras, camaritas, subsultam espontâneas, num afã de excitação imprevidente, mas pleno de contentamento e agrado. E as gaivotas famintas.

     As gaivotas que também são agiotas. Ei-las ávidas e generosas; sôfregas e misericordiosas; alimenta-se e deixam viver.

     O Mar apaga o meu rasto, tanto quanto pode e alcança. Tantas vezes jurou levar-me, tantas quantas as vezes em que me devolveu.

     Transparente. O regresso à beira-mar, ao meu raso de areia sem rasa, à minha concha vaga; sem fé em vaga ou maré.

     Talvez a afinidade necessite de afinação ou afirmação.

8 comentários:

  1. Olá Henrique, vim ler-te tal é o gosto e o vício já. Mas desde ontem os meus olhos não andam bem. Faço um esforço inglório,o direito arde-me tanto que quase não o consigo abrir. Tenho de ler tipo "Camões" :) Um problema de lágrimas ( a nais)...Enfim!Portanto deixo-te só um beijinho grande. a certeza que li. Virei ler com mais atenção,não prometo muito, por ora. Custa-me muito estar aqui, escrevi demais hoje não devia teimar. Acho que vou deitar-me. Espero que esteja tudo bem contigo meu amigo. Beijinho grande.

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  2. Que barulho ensurdedor Henrique! O saltitar, o grunhir das gaivotas, o "barulho" agiota.

    Shiuuuu.... faça-se silêncio. :)

    Que o mar que te leva te traga sempre. Que a concha não se feche. Afirmação!

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  3. Olá, Noctívaga!
    Ri-me e preocupei-me com o teu comentário. Espero que esteja tudo bem contigo.
    Obrigado!
    Beijinho

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  4. :) [Sorriso]
    Olá, Sol!
    Viva a revolução animada!
    ;)
    Beijinho

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  5. o mar leva e volta a trazer,apaga os rastos que voltam a nascer, mas sem fé mais difícil é entender o voo das gaivotas e na afinidade existe sempre o caminho do conhecimento
    beijinhos

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    1. Por vezes, perdemos a confiança. Restará sempre alguma fé, ainda que seja sob a forma de fé na inexistência de fé. Por vezes, a afinidade alimenta e/ou desperta a própria fé. Mas a afinidade e a fé são dois potenciadores e impulsionadores de ânimo e vida.
      Beijinho

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  6. sabes acho que cada vez mais o ser humano se encontra perdido de si mesmo e do mundo e por vezes as afinidades acabam por nos fazer acreditar em nós próprios encontrar novamente o fio condutor que por algum motivo perdemos,não sei se isso é fé, mas diria que é como uma nova fonte de vida que nos abre para o mundo novamente
    beijinhos

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    1. Concordo com o raciocínio. A afinidade retira-nos da letargia do isolamento.
      Beijinho

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