terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fonte



Fonte do presente, popular passado e sem futuro?

Crescem valados na velha fonte abandonada,
Fonte de encontro de escondidos calores.
Perdeu a pureza da água, que ganhou cores,
Talvez, por ouvir tantas e falsas promessas, cansada.

Ainda se ouve a melodia líquida arrastada,
Já sem os beijos, os abraços, as alegrias anteriores.
Foi a Fonte do Arneiro, nunca a Fonte dos Amores,
Que os acolheu na ânsia fresca e apressada.

Muito sonhei, ali, despreocupado e demoradamente
E, também, ali, amei só, um pedacinho de gente,
Aspirava às alegrias, que sempre foram ilusões.

Não te culpo, nem a ninguém, por não estar contente
E não te esqueci, fonte esquecida e sem ambições,
Onde formulo desejos e prometo não enjeitar convicções.


Outubro/Novembro 2007

Soneto sobre uma certa fonte.

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