segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Laço


Demora o abraço previsto e pretendido, amorfo ou afecto,
De natureza esquiva, ora lânguido, ora vigoroso.
O efémero sereno detém-se num eterno ansioso
No hiato onde as locuções permanecem em ângulo recto.

Acentua-se e prolonga-se um complemento directo,
Confiante, prometedor, de porte inabalável e viçoso.
A espera ocupada preenche o vazio e desprende o nó ocioso.
Sim. Não interessa o curso, onde estamos e o aspecto.

A cada avanço de informalidade, reproduzida num traço,
O gerúndio cede e transita, expresso num pretérito imperfeito,
Capaz, fixo, conveniente, e que se aninha e abriga no regaço.

Lançada a vontade que quer querer para além de qualquer defeito,
Mais do que qualquer fé, num elementar, puro e corredio laço,
Nada a adia, a tudo vence e ninguém a extrai de dentro do peito.

Cacia, 16 de Julho de 2009.

3 comentários:

  1. Por vezes as coisas tem motivos para acontecer em determinada altura. Demora porque vai chegar na altura certa.

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